quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Lectio do Salmo 117


“Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom,
Porque é eterna a sua misericórdia.”


Este é um hino de louvor a Deus, hino que reflecte uma confiança, na sua misericórdia e no seu amor por todos nós. É um hino universal, um hino de louvor pelas grandes maravilhas que o Senhor fez por e para nós. O homem, a-religioso nunca poderia compreender este sentimento de gratidão, porque fia-se nele mesmo, fia-se nos homens, na sua ciência, na sua falsa segurança. No entanto nunca poderá saborear a sensação de ter Alguém que nos ampara quando caímos, Alguém que escuta a nossa voz na aflição e nos socorre, uma porta que nos dá acesso á verdade, á felicidade, Alguém que sempre nos acompanha e ajuda, que nos dá a vida quando morremos e que por isso nada receamos. Eu falei dos homens a-religiosos, mas nós, homens que nos dizemos religiosos e crentes, quantas vezes ousamos cantar este hino de louvor e agradecimento? Será que não nos fiamos muitas vezes na ciência do homem e por ela nos deixamos guiar, mesmo que para isso tenhamos de deixar Deus de lado, seguindo os nossos caprichos em busca de um prazer meramente mundano e imediato? Ou muitas vezes, será que não atribuímos as grandes obras que Deus opera em nós, aos homens e a eles confiamos a nossa vida, confiamos o nosso amor, a nossa amizade, desligando de Deus? Sim, por minha parte o posso responder. Esta confiança no Senhor, muitas vezes é desviada para os homens, porque por eles obtemos facilmente uma felicidade hedónea e imediata, e só depois das coisas correrem mal e sairmos desamparados, depois de cairmos, é que recorremos a Deus, como ultima hipótese, para o nosso equilíbrio emocional e espiritual, para a nossa segurança. E Ele, como Deus Amor, sempre pronto para acolher os seus filhos pródigos que regressam em busca de conforto, de pão, de amor, espera-nos de braços abertos, porque eterna é a sua misericórdia, porque mesmos depois de lhe virarmos as costas, Ele não nos deixa desamparados, não nos deixa órfãos, está sempre connosco até ao fim dos tempos, não nos deixa morrer. É este Amor que devemos cantar e louvar, um amor sempre presente, um amor a quem nos devemos entregar por inteiro, depositando nele toda a nossa confiança. “Tudo isto veio do Senhor, é admirável aos nossos olhos”, “Mais vale refugiar-se no Senhor, do que fiar-se nos homens”.


João Emanuel Pinheiro Pereira
10 de Maio de 2008

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